O Secretário Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos disse hoje, na Praia da Vitória, que as associações de bombeiros da Região devem interiorizar o conceito de resiliência, de forma a dar uma resposta cabal às missões para que são chamadas.
José Contente falava na cerimónia, a que presidia, em representação do Presidente do Governo, Carlos César, de inauguração das obras de ampliação do quartel e sede social da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários daquele concelho, no dia em que a corporação completa 26 anos de existência.
“É preciso integrarmos nas associações humanitárias de bombeiros não só a resistência, a reconstituir cenários de catástrofe, calamidades ou acidentes graves”, sublinhou o governante, mas também “o conceito mais moderno de resiliência, que é, ao fim e ao cabo, não só prever essas situações, mas também planear a resposta antes que elas ocorram”.
Falando mais tarde aos jornalistas, José Contente disse que o Governo continua a investir fortemente na protecção civil dos açorianos, como provam os montantes dispendidos nos últimos cinco anos nessa tarefa, com um total de 44 milhões de euros.
Desse total, 18 milhões foram investidos na formação de bombeiros a vários níveis, com destaque para os tripulantes de ambulâncias, 16 milhões em instalações (quartéis), cinco milhões em viaturas e três milhões na formação e sensibilização das populações para a protecção civil.
Este números provam, segundo disse o Secretário Regional, que o Governo dos Açores apoia “fortemente” todo o sistema de protecção civil nos Açores, o que não acontece a nível nacional onde, segundo sublinhou, há associações à beira de “fechar a porta”, por não contarem com esse nível de apoio “nem do Governo da República nem das autarquias”.
“Nos Açores apostamos na segurança civil e temos como linha avançada nessa tarefa as corporações de bombeiros, e para isso contam com o apoio do Governo”, salientou.
José Contente teve também uma palavra de elogio para a da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória, cuja gestão e desempenho considerou “exemplares”.
A propósito, acrescentou que é essencial que as associações tenham uma gestão rigorosa e profissional, interiorizando que “gerir e gastar são conceitos diferentes” e que é fundamental gerir com parcimónia os recursos disponíveis.
Outro assunto abordado pelo governante prende-se com as remunerações que o Governo suporta para pagar o trabalho de bombeiros em situações específicas.
José Contente recordou que esses casos têm vindo a ser apoiados de forma crescente, mas vincou que “não podemos, indefinidamente, constituir associações humanitárias de bombeiros voluntários em situações que já não são de bombeiros voluntários”.
José Contente apontou, a propósito, a Associação Humanitária de Bombeiros da Praia da Vitória “como um exemplo de recrutamento de voluntários, a começar pelo seu Comandante” que considerou “um grande voluntário que, efectivamente, é também um grande profissional na sua actuação”.