Arrojamento do peixe Capros aper é um fenómeno ocasional, encontrando-se explicado do ponto de vista científico.
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De tempos a tempos, há arrojamentos de peixe-pau (Capros aper), trombeteiro (Macroramphosus scolopax) e mictofídeos mortos nos Açores. Estes peixes são dos mais comuns no Atlântico e estão na base da cadeia trófica de alguns dos grandes peixes pelágicos. Nos primeiros anos em que este facto foi registado e em que o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores já estava activo, foram realizados estudos tendentes a identificar o que teria acontecido a estes pequenos peixes.
Depois de analisados, concluiu-se que tinham morrido por falta de alimento. Fazendo uma busca às imagens de satélite concluiu-se que o que tinha acontecido era o seguinte: a saída da corrente do Golfo, na América, em direcção ao Norte da Europa, por vezes, forma “pequenos” vórtices (chamados de Eddies) que se deslocam isoladamente pelo Atlântico. Estes Eddies formam assim autênticas bolsas, muito ricas em matéria orgânica, mas que estão isoladas do restante contexto por uma fronteira térmica. Aí, os peixes crescem até esgotar os recursos existentes. Quando esse esgotamento se dá perto das nossas ilhas e com o contexto oceanográfico certo (normalmente tempestades), esses peixes não chegam a afundar ou a servir de alimento para outros animais, arrojando em terra.
Este fenómeno natural explica as recentes ocorrências registadas nas ilhas de Faial, Santa Maria e São Miguel.
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Autor:
Director Regional dos Assuntos do Mar
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