“Meu nome é Ana Cristina Neves Martins, tenho 23 anos, moro no Rio de Janeiro/ Brasil e tenho coração Açoriano – Terceirense, por isso fiz a minha nacionalidade portuguesa. Sou filha de pais açorianos, da Ilha Terceira, e sou membro do grupo folclórico da Casa dos Açores do Rio de Janeiro. Formei-me em Julho de 2004 em odontologia (Medicina Dentária), e aprecio muito literatura brasileira e ultimamente portuguesa também, principalmente Antero de Quental e Almeida Garret que são poetas sublimes.
A viagem dos sonhos iniciou-se pela ilha do Faial que possui uma paisagem toda especial e uma riqueza cultural impressionante. O Museu da Horta é incrível, o que mais chama a atenção são as obras feitas de miolo de figueira tão leves e tão belas, cheia de detalhes. A Assembleia Legislativa Regional também é fantástica, possui uma acústica incrível no salão das reuniões da Assembleia e uma arquitectura belíssima. O Departamento de Oceanografia e Pesca é super avançado, totalmente informatizado, apresenta vários projectos de pesquisa em relação a fauna marinha, dados sobre correntes marítimas, teor de clorofila, temperatura, muito legal.
Na ilha do Pico impressiona a grande vinha presente lá e a visão do Pico monumental atravessando pelas nuvens. A Escola de Artesanato também é muito interessante. Lá são feitos trabalhos de todo o tipo com escamas de peixe como quadros, brincos, arranjos de flores, muito “bacana”. São usadas escamas de vários peixes que são tratadas e tingidas lá mesmo. O Museu dos Baleeiros é fenomenal. Lá eles possuem pinturas e trabalhos feitos em dentes de baleia que impressionam. O Museu do Vinho também é interessante, possui todo o arsenal de produção de tempos passados.
A ilha Terceira é encantadora! Toda a sua beleza natural enche os olhos de quem vê! São muitos pastos, touros, praias, gente alegre e receptiva! Lá, na sede do Alprende, aprendemos a importância de nossas raízes e de perpetuarmos isso sempre. Aprendemos a nos conhecer e conhecer-nos uns aos outros. A partir das palestras de Maduro Dias e Carlos Corvelo pude ver o grande impulso económico que os Açores vêm adquirindo, o levando a ter pequeníssimas taxas de desemprego e grande abrangência turística.
São Miguel é a ilha de maior território e maior população. Possui uma riqueza natural, onde fazem parte uma vegetação com aspecto mais nebuloso entremeando lagoas belíssimas como a do Fogo e das Sete Cidades. A riqueza tecnológica é algo que impressiona nesta ilha, não só vista na Direcção de Ciência e Tecnologia com a ampla rede de computadores, como também na própria Universidade dos Açores, que possui uma infra-estrutura fantástica e preparo científico incrível, visto principalmente no sector de avaliação de sismos. Nas fábricas de queijos, licores e chá verifiquei o grande potencial económico da Região dos Açores, já que as fábricas produzem não só para a sua própria população como também exportam para o Continente e muitos países da Europa, EUA e Canadá. No museu Carlos Machado viajei para o tempo da imigração, as tradições dos Açorianos como os festejos do Senhor Santo Cristo, as obras daquele tempo e por fim a variedade de fauna em exposição.
A cultura e preservação patrimonial estão presentes em toda parte, em cada canto dos Açores. Isto é extremamente atractivo e magnífico, e faz pensar que iniciativas como esta da Direcção Regional das Comunidades leva cada vez mais ao fortalecimento das raízes Açorianas, aumentando os laços com os países onde estão espalhados os imigrantes Açorianos.
A gama de conhecimentos e cultura que se adquire não tem preço. Foi uma viagem fantástica e inesquecível, que ninguém pode perder!”