A realização do estudo de inventariação e caracterização dos espaços públicos dos Açores surgiu de uma proposta feita pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa à Direcção Regional do Ordenamento do Território e dos Recursos Hídricos, tendo resultado na publicação do livro intitulado “A Praça em Portugal – Açores – Inventário do Espaço Público”.
Este estudo teve como principal objectivo tratar a representação das mais importantes praças, enquanto uma das tipologias de espaço urbano, realçando a diversidade de estruturas e enquadramento das praças açorianas nas suas especificidades morfológicas, históricas e culturais, contribuindo para a divulgação do conhecimento sobre as estruturas urbanas e para a sensibilização da sociedade para a riqueza patrimonial dos espaços públicos dos Açores.
A praça é considerada, neste trabalho, como um recinto ou lugar especial, onde se concentram os principais edifícios e monumentos, e não apenas um vazio na estrutura urbana. A praça é aqui entendida como um elemento básico da criatividade do desenho urbano e da arquitectura.
Com o resultado do trabalho de recolha, restituição gráfica e ilustração das principais praças açorianas, pretendeu-se constituir um conjunto representativo da sua diversidade tipológica, estado de evolução, dimensões e utilização desta categoria de espaço público. Salienta-se que, os espaços abordados neste estudo integram o tecido urbano em que se inserem e, como elemento urbano, detêm uma relação hierárquica formal e funcional com os outros elementos que o compõem, pelo que a análise efectuada teve em conta o contexto, sendo os espaços abordados como parte de um todo urbano.
O caso específico dos Açores, pelo seu processo de urbanização encetado a partir do século XV, apresenta características muito particulares. Aqui não encontramos espaços com a complexidade de sucessivas sedimentações, mas estamos perante os modelos urbanos mais puros e em vários estados de evolução.
A praça é representada através de elementos desenhados, como plantas à escala 1:1000 e perfis à escala 1:500, bem como de um conjunto de fotografias e acompanhada de textos sintéticos, que abordam o núcleo urbano do ponto de vista histórico e da sua caracterização morfológica, e o espaço caracterizando a sua morfologia, génese e principais usos.